Foi por acaso. Uma amiga comentou sobre esse filme comigo e, não tendo nada melhor para fazer, decidi conferir e ver no que dava. Uma doença terrível, uma mãe desesperada, uma criança nascida do medo, uma luta implacável pela vida, uma família despedaçada e um desejo secreto. No que a combinação de tudo isso resulta? Em lágrimas (minhas) – antes mesmo dos primeiros quinze minutos do filme.

“Não me importo que a minha doença me mate.
Mas está matando a minha família também…”

Kate (Sofia Vassilieva), 15 anos, conhece bem de perto a dor e o sofrimento. Durante anos, desde que era apenas uma menininha de colo, ela convive com uma doença terrível: a leucemia. Estar viva é um milagre proporcionado por uma equipe de médicos competentes, uma mãe que abdicou da própria vida para fazê-la viver “apenas mais um dia” e uma irmãzinha que nasceu do desespero de seus pais em não permitir que Kate fosse vítima da doença, para que ela pudesse ter uma vida.

Anna (Abigail Breslin) nasceu com um propósito: salvar a irmã mais velha. Concebida em laboratório para que pudesse ser uma doadora compatível, a vida de Anna resume-se em aumentar a expectativa de vida de Kate em um, dois, três anos… E agora Kate apresenta falência dos rins e precisa urgentemente de um transplante ou morrerá. É quando Anna, aos 13 anos, decide procurar um advogado e entrar na justiça contra os pais por emancipação médica e a chance de decidir por si mesma o que será feito do seu corpo. A falta de um rim a levará a tomar cuidados consigo mesma até o fim de sua vida – e Anna está cansada de ser usada dessa forma. Afinal, ela também é importante. Tanto quando Kate.

Eu senti algo muito parecido com raiva no início do filme. Quando Anna vai atrás do advogado, uma das primeiras perguntas que ele faz a ela é se Anna sabe o que acontecerá a Kate caso não receba o transplante – e ela responde, com muita calma e simplesmente: “ela morre”. Essa simples afirmação calou fundo no meu peito e eu senti algo bem estúpido pela Anna naquele momento; mesmo sabendo e entendendo o dilema daquela garotinha de 13 anos, furada por agulhas e procedimentos médicos desde que era apenas um bebê, eu ainda assim não fui capaz de aceitar a escolha que ela fizera. Num primeiro momento – e então a história de Kate e Anna vai se desenvolvendo e você vai conhecendo todas as vertentes dessa história inesquecível e que emociona de uma forma quase inexplicável.

O entendimento trás outro sentimento – de impotência e tristeza e desespero e de se colocar no lugar do outro e pensar – e o final te deixa paralisada por alguns minutos, inerte, sem saber para onde ir ou o que pensar ou se você teria tanta coragem numa situação como essa. O filme não mascara nem oculta a doença, e você se pega agradecendo por essa dor nas costas incômoda e por esse dente do siso nascendo que dói feito o inferno. Você se pega agradecendo pela superficialidade da própria vida e pelos seus problemas. Porque não há nada pior que conviver diariamente com a morte. Que ver um filho morrendo diante dos seus olhos sem que você possa fazer nada para parar a dor.

Os atores são incríveis. A trilha sonora é linda também, mas nada supera esse enredo carregado de sentimento e emoção. É um filme para chorar. Para emocionar. Para fazer pensar.

p.s. 1 – o filme foi baseado no livro de Jodi Picoult, e, pelo que me disseram, ambos (livro e filme) divergem bastante quanto ao final. Alguém já leu?

p.s. 2 – uma coisa muito interessante que eu descobri com o filme foi que existem cães alerta que preveem ataques epilépticos. Vocês sabiam?

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Sobre o Autor

Inara Souza
Inara Souza

24 anos, interior de São Paulo. É formada em Engenharia Civil e pós-graduada em Arquitetura de Interiores. Criou o Casinha Arrumada para falar das coisas que mais ama e compartilhar histórias. É apaixonada por decoração, livros, músicas e séries de TV. Siga nas redes sociais: Instagram - Facebook - YouTube - Pinterest

23 Comentários

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    • kkkkkkkkk Essa coisa de tempo é uma merda. O semestre na faculdade começou e o tempo encurtou absurdamente… Parece que precisamos de um dia com 48 horas, Leninha! kkkkkkkkkkkkk

      Beijão!

  1. Oi Inara, esse filme é lindo e me emocionei muito com ele. Tive muita raiva da mãe das meninas, pelo que ela fazia com a filha mais nova.
    Não cheguei a chorar mas fiquei com aquela sensação triste e um nó na garganta.
    Li uma resenha que dizia que o livro é ainda mais emocionante e triste e que muita coisa inclusive o final, é bem diferente.
    Sou louca para poder lê-lo.

    Beijos
    Caline – Mundo de Papel

    • Também me disseram isso a respeito do livro e eu fiquei louca para ler! O filme é tão lindo e emocionante… O livro, então, deve ser perfeito, né? <3 <3 <3 *Deus queira*

      Beijocas! ^_^

  2. Nossa eu toda a vez que vejo esse filme choro demais, fiquei assolada quando a Anna procura o advogado e depois quando vi suas razões fiquei ainda mais desolada, quanto sofrimento!!!! vou procurar o livro parece bem emocionante e com final divergente é uma boa pedida! Dos cães eu tambem não sabia, mas desconfiei no filme que o cão tinha algum proposito medicinal por assim dizer!
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

  3. Miga parabéns pela resenha do filme. Já vi a muito tempo atras e lembro que gostei muito pq me fez refletir sobre esse assunto e me emocionou muito também.
    Bjos querida!!!!