
Você já se sentiu perdido só de pensar em investir seu próprio dinheiro? Como se todo mundo soubesse algo que você não sabe, e cada decisão parecesse arriscada demais? Eu já me senti assim… e confesso, é assustador olhar para seu dinheiro parado na poupança, sabendo que ele poderia estar rendendo mais, mas sem saber por onde começar.
Quando eu comecei, eu não entendia absolutamente nada de investimentos. Parecia um idioma completamente novo, cheio de siglas e promessas que não faziam sentido. Mas eu queria ver meu dinheiro render, mesmo enquanto eu ainda aprendia, e ganhar confiança para explorar outras formas de investir mais adiante.
Foi assim que decidi dar os meus primeiros passos de forma simples e segura. Escolhi estratégias que me permitissem ver meu dinheiro crescer, sem complicação, e que me dessem confiança para depois estudar e conhecer investimentos mais avançados.
E sabe o que descobri? Você não precisa entender tudo de cara para começar. O importante é dar o primeiro passo, criar o hábito de investir, e aprender na prática. E é exatamente sobre isso que a gente vai falar hoje. Eu vou te explicar sobre 3 tipos de investimentos que são perfeitos para quem está começando agora!
Investimento 1: CDB (Certificado de Depósito Bancário)
O CDB é um dos investimentos mais comuns e acessíveis para quem está começando. Na prática, ele funciona assim: você empresta dinheiro para o banco, e em troca o banco te devolve esse valor acrescido de juros. É como se fosse um empréstimo ao contrário: em vez de você pegar dinheiro do banco, é o banco que pega o seu dinheiro para usar em suas operações.
Como o CDB rende
Existem três tipos principais de CDB:
- CDB Pré-fixado: você já sabe exatamente quanto vai receber no final (por exemplo, 12% ao ano).
- CDB Pós-fixado: o rendimento acompanha um indicador, geralmente o CDI (que anda bem próximo da taxa Selic). Esse é o mais comum para reserva de emergência.
- CDB Híbrido: mistura os dois — por exemplo, IPCA + 6% ao ano (muito usado em investimentos de longo prazo).
Para quem está começando e ainda formando sua reserva, o CDB pós-fixado é o mais seguro e indicado, porque ele acompanha a taxa básica de juros e mantém o dinheiro sempre rendendo, sem risco de perdas no curto prazo.
Principais vantagens
- Rendimento superior à poupança: enquanto a poupança rende bem pouco, um CDB pós-fixado costuma render próximo de 100% do CDI, o que dá hoje algo em torno de 10% ao ano.
- Liquidez diária: alguns CDBs permitem que você resgate o dinheiro a qualquer momento, o que é essencial para quem está montando a reserva de emergência.
- Proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos): se o banco quebrar, você tem a garantia de até R$ 250 mil por CPF por instituição.
- Facilidade de investir: você pode começar diretamente pelo aplicativo do banco digital ou da corretora.
Principais desvantagens
- Imposto de Renda regressivo: quanto menos tempo você deixa o dinheiro investido, mais imposto paga. A alíquota começa em 22,5% sobre os rendimentos (até 180 dias) e vai caindo até 15% (acima de 720 dias).
- Não é totalmente livre de risco: apesar da proteção do FGC, ainda é preciso escolher bem a instituição.
- Liquidez nem sempre é imediata: em alguns bancos, o resgate só cai no dia útil seguinte (D+1).
Como investir em CDB
- Abra uma conta em um banco digital ou corretora.
- Transfira o dinheiro que você deseja aplicar.
- Procure pela seção “Investimentos” e depois “Renda Fixa”.
- Avalie os CDBs disponíveis. Para reserva de emergência, escolha CDB com liquidez diária e que renda pelo menos 100% do CDI.
- Defina o valor a aplicar e confirme.
Como escolher o melhor CDB
- Liquidez: para a reserva, precisa ser de liquidez diária.
- Rendimento: compare com o CDI; quanto mais próximo ou acima de 100%, melhor.
- Instituição financeira: bancos médios podem oferecer rentabilidades maiores, mas é importante confiar na instituição e lembrar que existe o limite do FGC.
Minha experiência
O primeiro investimento que eu fiz foi justamente no CDB. Comecei pelo Banco Inter, porque a plataforma era simples e tudo podia ser feito pelo celular. Para mim, foi uma porta de entrada para entender como o dinheiro pode render de forma segura, sem a oscilação da bolsa ou o rendimento baixo da poupança. Foi ali que percebi que investir não é um “bicho de sete cabeças” e que dava para começar com pouco, de forma prática e descomplicada.

Investimento 2: Tesouro Selic
Depois do CDB, o segundo investimento que quero compartilhar com você é o Tesouro Selic, que faz parte do Tesouro Direto, o programa do governo que permite que qualquer pessoa empreste dinheiro para o Brasil em troca de uma rentabilidade.
O Tesouro Selic é considerado o investimento mais seguro do país, porque tem a garantia do Tesouro Nacional. Na prática, é como se você estivesse emprestando dinheiro direto para o governo, e não para um banco, como acontece no CDB.
Como funciona
O rendimento do Tesouro Selic acompanha a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Isso significa que, se a Selic está em 15% ao ano, o seu dinheiro vai render algo próximo disso.
É justamente por ser atrelado à Selic que esse título é muito usado como reserva de emergência: o rendimento é previsível, não sofre com oscilações fortes e você pode resgatar o dinheiro a qualquer momento.
Vantagens
- Segurança máxima: é o investimento de menor risco do Brasil.
- Liquidez diária: você pode pedir o resgate a qualquer momento. Se pedir até as 13h, o dinheiro cai na sua conta no mesmo dia; se for depois desse horário, cai no dia útil seguinte.
- Acessibilidade: dá para começar a investir com valores baixos.
- Ideal para reserva de emergência: o dinheiro fica rendendo sem você se preocupar, e pode ser acessado quando precisar.
Desvantagens
- Taxa de custódia: atualmente a B3 cobra 0,20% ao ano sobre o valor investido, mas apenas sobre o que ultrapassar R$ 10 mil.
- Tributação: o imposto de renda segue a tabela regressiva, começando em 22,5% (até 180 dias) e chegando a 15% (acima de 720 dias).
- Não é para longo prazo: para objetivos maiores, outros investimentos podem render mais. O Tesouro Selic é principalmente para segurança e liquidez.
Como investir no Tesouro Selic (exemplo pelo Banco Inter)
- Abra sua conta no Banco Inter (100% digital e sem tarifas).
- No aplicativo, vá em Investimentos > Renda Fixa > Tesouro Direto.
- Selecione o título Tesouro Selic 2031 (ou a data disponível no momento).
- Digite o valor que deseja investir.
- Confirme a compra.
Esse foi o segundo investimento que escolhi depois do CDB. Ele se tornou o lugar onde mantenho minha reserva de emergência, porque me dá tranquilidade de saber que, se acontecer algum imprevisto, o dinheiro está disponível rapidamente sem correr riscos.

PLANILHA FINANCEIRA
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Investimento 3: Caixinhas e Porquinho
Esse aqui é um dos investimentos que eu particularmente acho bem interessante pela facilidade e praticidade. Plataformas como Nubank, Inter e outras criaram as chamadas caixinhas ou porquinhos virtuais para guardar dinheiro de forma separada e com objetivos definidos.
A lógica é simples: você escolhe uma meta (por exemplo, uma viagem, uma reserva de emergência ou até comprar algo específico) e coloca o dinheiro dentro dessa caixinha. O valor não fica parado — normalmente ele é aplicado em títulos de renda fixa atrelados ao CDI ou em fundos conservadores.
Vantagens
- Organização mental: você não mistura todo o dinheiro em uma conta só. Cada meta tem sua caixinha.
- Liquidez diária: na maioria dos casos, o resgate é rápido, perfeito para objetivos de curto prazo.
- Rentabilidade maior que a poupança: mesmo que seja pouco, o rendimento é melhor que deixar o dinheiro parado ou guardado em poupança.
- Acessibilidade: qualquer pessoa pode começar com valores pequenos, sem burocracia.
Desvantagens
- Rendimento limitado: costuma render próximo ao CDI, mas dificilmente passa disso. Então, é bom para curto prazo, não para construir patrimônio a longo prazo.
- Tributação normal de renda fixa: segue a mesma tabela regressiva do Imposto de Renda.
Como eu uso
Eu gosto de usar as caixinhas como uma extensão da minha organização financeira. Quando quero separar dinheiro para algo específico, eu coloco lá. Mas eu não considero caixinha como um investimento “de verdade” para crescimento patrimonial, e sim como uma ferramenta de organização e disciplina.
Na prática, é como se fosse o cofrinho da infância, só que agora com rentabilidade. Ele me ajuda a não misturar o dinheiro que é para o dia a dia com o que é para metas específicas.
Esse é um tipo de recurso que pode ser muito útil para quem está começando a investir e ainda precisa de clareza e organização financeira antes de partir para investimentos mais complexos.

Quanto renderia R$10.000,00 em 1 ano?
*Considerando Selic 15% e rendimento aproximado.
Investimento | Rendimento Bruto (R$) | IR (17,5%) – 360 dias | Rendimento Líquido (R$) | Total Final (R$) |
---|---|---|---|---|
Tesouro Selic | 1.500,00 | 262,50 | 1.237,50 | 11.237,50 |
CDB 100% CDI | 1.490,00 | 260,75 | 1.229,25 | 11.229,25 |
Caixinha/Porquinho (100% CDI) | 1.490,00 | 260,75 | 1.229,25 | 11.229,25 |
Observações:
- Tesouro Selic fica levemente à frente, com cerca de R$ 8,25 a mais do que CDB ou caixinha, principalmente por não ter taxa de custódia até R$ 10 mil.
- CDB e caixinha oferecem praticamente o mesmo rendimento, mas a caixinha tem o benefício da facilidade e organização, ideal para quem quer separar dinheiro por objetivos.
- Todos os três são investimentos de baixo risco, perfeitos para quem está começando e quer ver o dinheiro render enquanto estuda outras opções.
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