Durante muito tempo, a minha sensação era sempre a mesma: o dinheiro mal tinha caído na conta e já tinha ido embora. E o pior? Eu nem sabia direito para onde.
Era como se existisse um buraco invisível no meu mês — e eu vivia com aquele aperto no peito, contando os dias para o próximo pagamento, com medo de qualquer imprevisto.
Foi só quando eu comecei a encarar minhas finanças de forma mais honesta e intencional que as coisas começaram a mudar.
Não foi do dia para a noite. Mas eu fui testando hábitos simples, ajustes pequenos, que juntos fizeram uma diferença enorme.
E hoje eu consigo dizer, com segurança: todo mês sobra dinheiro. Mesmo com uma vida normal, com boletos, supermercado, desejos, cansaço, tudo junto.
Nesse vídeo, eu vou te mostrar as 5 dicas mais valiosas que eu aplico até hoje para conseguir isso — sem fórmula mágica, sem promessas falsas, só vida real.
DICA 1 — Eu tenho um valor fixo de economia como “despesa obrigatória”
Essa foi uma das maiores viradas de chave na minha vida financeira: transformar o hábito de economizar em algo automático, não-negociável — como uma conta essencial.
Antes, eu fazia o que a maioria das pessoas faz: esperava o mês acabar pra ver se sobrava algo.
E adivinha? Nunca sobrava. Porque a gente sempre arranja um jeito de gastar tudo. Sempre aparece um delivery, uma coisinha que ‘a gente merece’, ou alguma promoção que parece imperdível.
Eu vivia presa nesse ciclo. Achando que economizar era para quando eu ganhasse mais. Mas a verdade é: se você não aprende a guardar R$50, você também não vai guardar R$500.
Foi aí que eu mudei o jogo.
Comecei a tratar a economia como uma prioridade. Não como sobra. Todo mês, assim que o dinheiro cai, eu separo um valor fixo e transfiro para uma conta separada — antes mesmo de pagar qualquer outra coisa.
Nem sempre foi um valor alto. Teve mês que foi R$20. Mas era simbólico. Era o sinal de que eu estava me colocando em primeiro lugar.
Com o tempo, esse hábito me trouxe segurança, autoestima e clareza.
Porque guardar dinheiro não é sobre privação. É sobre autonomia.
É você saber que tem um colchão, que está construindo um futuro com mais tranquilidade — sem depender do acaso, sem entrar em pânico a cada imprevisto.
DICA 2 — Eu parei de “comprar para economizar”
Sabe aquela sensação de poder que bate quando o salário cai na conta? Aquela vontade de se presentear, aproveitar as promoções, ‘resolver tudo’ no mercado ou na farmácia de uma vez só?
Isso não é coincidência. Tem ciência por trás.
Quando a gente recebe dinheiro — especialmente depois de dias ou semanas de contenção — o cérebro ativa o sistema de recompensa. A dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à antecipação da recompensa, dispara.
Ou seja: o simples fato de ter dinheiro disponível já nos coloca em um estado mais impulsivo, mais imediatista e emocional. É como se o cérebro gritasse: ‘agora sim, posso viver!’.
E o marketing sabe disso. Por isso você percebe que as promoções ‘imperdíveis’ aparecem bem perto da data de pagamento. E é aí que muita gente cai na armadilha do “comprar para economizar”.
Você vê 3 produtos pelo preço de 2 e pensa: tô economizando!
Mas se você não precisava nem de 1, você gastou o dobro — e ainda levou um estoque que pode estragar, vencer ou simplesmente entulhar a sua casa.
Foi assim que, por muito tempo, eu mantive o armário cheio e a conta vazia.
Hoje, eu só compro quando realmente preciso.
Eu ignoro o apelo do preço baixo se ele não está alinhado com meu planejamento.
E sabe o que é curioso? Essa sensação de autocontrole, de escolher conscientemente, também libera dopamina. Só que é uma recompensa mais madura, que vem depois. E é essa que constrói segurança e liberdade no longo prazo.
💡 Dica prática:
Se você ainda sente esse impulso forte, crie um ritual antes de qualquer compra:
- pare, respire,
- se pergunte: eu compraria isso se não estivesse em promoção?
- isso está na minha lista de prioridades ou é só vontade do momento?
Parece bobo, mas esse pequeno tempo de pausa já ativa o córtex pré-frontal — a parte racional do cérebro — e diminui a chance de agir por impulso.
DICA 3 — Eu tenho categorias de gastos bem claras (e limites para cada uma)
Uma das coisas que mais mudou minha relação com o dinheiro foi dividir meu orçamento em categorias claras — tipo blocos que eu não misturo.
Eu separo o que é:
- essencial (contas fixas, supermercado, farmácia),
- lazer e autocuidado (porque a gente merece e precisa disso),
- futuro (poupança, investimento, reserva de emergência).
Mas não para só em nomear as categorias — eu estabeleço um limite de gastos para cada uma delas. Por exemplo: no supermercado eu posso gastar até X, no lazer até Y, farmácia até Z. Isso me ajuda a não passar do ponto, a controlar de verdade, e evita aquele sentimento de ‘perdi o controle’ que todo mundo conhece.
Do ponto de vista prático, ter essas categorias e limites definidos ajuda a evitar a sensação de “tudo junto e misturado”, que só gera ansiedade e confusão. Quando o orçamento é uma grande massa sem definição, a tendência é gastar mais, porque não existe limite claro.
E tem um motivo científico: nosso cérebro funciona melhor quando tem regras e limites claros.
Quando você cria categorias e estabelece tetos para cada uma, está ativando o córtex pré-frontal — a parte do cérebro responsável pela organização, planejamento e autocontrole. Essas “regras internas” ajudam a evitar decisões impulsivas e o famoso “fura-teto” do orçamento.
Essa clareza me trouxe paz mental e me fez sentir no controle da minha vida financeira, não refém do dinheiro.
💡 Dica prática:
Se quiser, começa com categorias simples e limites realistas. E, para te ajudar ainda mais, eu deixei disponível a minha planilha financeira que já tem tudo isso estruturado — categorias, tetos e espaço para você adaptar conforme sua realidade.

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DICA 4 — Eu sempre reviso o mês anterior antes de começar o próximo
Se tem uma coisa que transformou minha forma de lidar com dinheiro foi criar o hábito de olhar para trás antes de seguir em frente.
Todo fim de mês, eu sento comigo mesma, abro minha planilha ou aplicativo e faço uma revisão completa:
- onde eu gastei mais do que devia,
- onde sobrou dinheiro,
- quais imprevistos apareceram,
- e, principalmente, como eu me senti durante o mês em relação a esses gastos.
Esse momento de revisão não é para me julgar ou me cobrar. Pelo contrário, é para entender meu comportamento e aprender com ele.
Quando a gente revisa sem julgamento, cria uma consciência maior do que funciona e do que não funciona para a nossa vida — e isso gera uma motivação genuína para melhorar, não uma culpa que só atrapalha.
Do ponto de vista psicológico, essa prática ativa o córtex pré-frontal, ajudando a gente a conectar ações passadas com consequências futuras. É o que permite ajustar o curso com mais clareza e menos ansiedade.
Além disso, essa revisão ajuda a identificar padrões:
- Será que eu gasto mais no final da semana?
- Que tipo de impulso financeiro me faz perder o controle?
- Onde eu posso cortar ou realocar para o próximo mês?
Com essa consciência, é muito mais fácil criar metas realistas e manter o equilíbrio financeiro.
💡 Dica prática:
Reserve pelo menos 30 minutos no último dia do mês ou no primeiro dia do próximo para fazer essa revisão. Coloque uma música calma, prepare um café, e encare esse momento como um encontro de autocuidado.

DICA 5 – Eu faço uma lista de compras realista
Antes eu fazia compras emocionais: o que eu queria comer, o que me dava vontade na hora.
Hoje, eu penso o que já tem em casa, o que realmente vai ser usado.
Faço uma lista por semana, evito ir ao mercado com fome e, se der, compro em lugares diferentes para economizar.
Só com isso, eu consegui cortar em média R$200 por mês do supermercado.
DICA 6 — Eu crio mini-desafios financeiros
Um hábito que me ajuda muito a manter o controle e a motivação com o dinheiro são os mini-desafios financeiros.
Eles são tipo pequenas metas que eu me proponho a cumprir por um período curto — uma semana, 10 dias, ou até um mês. Nada muito radical, mas o suficiente pra eu sair da rotina e fazer diferente.
Por exemplo, já fiz o desafio de não gastar nada com comida fora por uma semana inteira, ou de reduzir os gastos com apps e assinaturas que eu não usava tanto.
Esses mini-desafios funcionam porque ativam o nosso sistema de recompensa de um jeito saudável. Quando a gente estabelece metas pequenas e claras, nosso cérebro libera dopamina ao completar cada etapa, criando uma sensação real de conquista. Isso dá vontade de continuar no caminho certo.
Além disso, esses desafios são uma forma prática de exercitar a disciplina sem se sentir sufocado. Eles não são sobre privação, mas sobre experimentar novas formas de consumir, testar o que funciona para você, e identificar onde dá para melhorar.
A cada desafio cumprido, eu ganho confiança e me sinto mais preparada para decisões maiores — tipo investir, poupar mais, ou até planejar uma compra maior.

DICA 7 – Eu invisto em conhecimento financeiro
Não tem jeito: conhecimento é poder. Eu dedico um tempo regular para ler livros, ouvir podcasts e acompanhar conteúdos sobre finanças pessoais.
Isso me ajuda a entender melhor o que está acontecendo com meu dinheiro, a planejar melhor o futuro e a evitar armadilhas comuns que podem custar caro lá na frente.
DICA 8 — Eu não uso mais cartão de crédito para NADA
Vou ser bem sincera com você: eu não uso mais cartão de crédito para nada. Zero.
Não tem nem aquela ideia de usar só para compras planejadas ou emergências — para mim, cartão de crédito ficou totalmente fora da minha vida financeira diária.
Por quê? Porque, na minha experiência, o cartão é uma armadilha que tira o controle da gente. Quando você paga com cartão, não sente o dinheiro saindo da conta na hora. Isso cria uma falsa sensação de que você pode gastar sem limite, porque o impacto só vem depois, na fatura — e aí, muitas vezes, já é tarde demais.
Eu percebi que, enquanto usava cartão, eu gastava muito mais do que podia, me endividava e ainda vivia naquela ansiedade de ver a fatura chegar no fim do mês. Foi um ciclo cansativo e perigoso.
Hoje, eu pago tudo à vista, no débito ou dinheiro, e isso mudou completamente minha relação com o dinheiro. Eu sinto exatamente o que estou gastando, controlo melhor minhas finanças e evito qualquer dívida ou surpresa.
Se você também quer sair desse ciclo, minha dica é: faça um teste. Tire seu cartão de crédito do seu dia a dia. Use só o débito ou dinheiro para todas as suas compras. Pode ser desconfortável no começo, mas é libertador.
No fim das contas, o controle do seu dinheiro está nas suas mãos — e não no plástico do cartão.
DICA 9 – Eu criei uma reserva só para imprevistos, e não mexo nela
Imprevistos acontecem — e eles podem destruir qualquer planejamento financeiro se você não estiver preparado.
Por isso, uma das primeiras coisas que eu fiz foi criar uma reserva de emergência que eu não toco para nada que não seja real emergência.
Esse dinheiro fica guardado, separado, e me dá tranquilidade para enfrentar problemas sem precisar entrar no vermelho ou comprometer os gastos do mês.
Ter essa reserva é como um escudo que protege a minha saúde financeira e emocional.
DICA 10 – Eu eliminei gastos automáticos que não uso ou não preciso
Muita gente esquece que tem assinaturas, aplicativos ou serviços que continuam cobrando todo mês, mesmo sem usar.
Eu revisei todos os meus gastos automáticos e cancelei tudo que não estava trazendo valor real — e olha só: foi uma economia considerável sem esforço nenhum.
Se você ainda não fez isso, vale muito a pena. Porque dinheiro que some sem você perceber é dinheiro que não sobra.
Leia mais sobre finanças.
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