Eu não sou mais a mesma pessoa que eu era aos 20 anos. E não só porque o tempo passou… Mas porque eu fui parando de fazer certas coisas que me afastavam de mim. De hábitos automáticos, expectativas dos outros, distrações disfarçadas de diversão, e até de ideias que eu carregava como se fossem verdades absolutas.

Nesse vídeo, eu quero compartilhar com você as coisas que eu parei de fazer depois dos 30 anos — e que fizeram toda a diferença na minha saúde mental, na minha relação com o tempo, com o corpo, com o dinheiro e, principalmente, comigo mesma.

Talvez você se identifique. Talvez isso te faça repensar algumas coisas na sua própria vida. Mas o que eu espero mesmo… é que esse vídeo te lembre que mudar é possível.

E fica até o fim, porque a última coisa dessa lista foi a mais difícil de abandonar — e também a mais transformadora.

Parei de beber bebida alcóolica

Eu nunca gostei mesmo de beber. O gosto sempre me incomodou, e eu nunca senti prazer real com isso. Mas ainda assim eu bebia de vez em quando, para acompanhar os outros, para não parecer ‘estranha’. Bebia socialmente.

Até que um dia eu me perguntei: por que eu tô colocando algo no meu corpo que eu nem gosto, só para me encaixar?

Pesquisando, descobri que mesmo quantidades pequenas de álcool já afetam o cérebro e o corpo. Um estudo publicado na revista Lancet concluiu que nenhuma quantidade de álcool é segura para o organismo. (Estudo da revista científica The Lancet, 2018: “No level of alcohol consumption improves health.”) Nenhuma. O álcool está ligado ao aumento do risco de mais de 200 doenças, incluindo depressão, câncer e problemas no fígado.

E isso sem falar no que o álcool faz com a sua energia, espiritualmente falando.

E olha que curioso: depois que parei de beber, notei o quanto as pessoas usam o álcool como anestesia emocional. E como incomoda quando você escolhe estar sóbrio em um mundo que vive querendo escapar da realidade. Te chamam de “chata”, “velha”, “careta”… Mas, sinceramente, isso não faz diferença nenhuma para mim mais.

Parei de passar horas rolando o feed das redes sociais

Como produtora de conteúdo, eu estou nas redes todos os dias. É parte do meu trabalho. Mas por muito tempo, eu me vi presa em uma armadilha: entrava para postar um conteúdo… e saía uma ou duas hora depois, atolada em comparação, distraída, me sentindo esgotada sem nem saber o motivo.

Foi aí que eu percebi: produzir conteúdo é uma coisa. Ficar rolando o feed sem consciência é outra. E o segundo estava roubando o tempo e a energia que eu precisava justamente para criar com propósito e construir a vida que eu desejava viver.

Estudos da Universidade de Pittsburgh mostraram que quanto mais tempo passamos nas redes sociais, maior o risco de ansiedade, depressão e sensação de inadequação. (Estudo publicado no “Depression and Anxiety”, 2017.) Isso acontece porque a mente não foi feita para lidar com tanto estímulo, tanta comparação e tanta dopamina barata ao mesmo tempo.

Hoje, eu limito meu uso com consciência. Não abro as redes sociais antes de cuidar de mim. Tenho direcionado o meu foco mais em criar do que consumir. Só de fazer algumas pequenas modificações na minha rotina, eu consegui diminuir o meu tempo de uso do celular de 8 horas diárias para menos de 2 horas.

Agora, eu tenho mais tempo livre para fazer as minhas leituras, pensar em estratégias para o meu trabalho, testar novos hobbies, ficar pertinho de quem eu amo…

Parei de evitar conversas difíceis

Durante muito tempo, eu fugia de conversas desconfortáveis. Preferia engolir a insatisfação, fingir que não me importava, esperar que o tempo resolvesse. Eu me anulava na tentativa de manter a paz, mas esse silêncio acabou trazendo sérias consequências para a minha vida depois.

Eu decidi parar de fugir. Mesmo quando parece algo muito desafiador, eu me esforço para resolver o mais rápido possível. Aprendi que a dor de uma conversa difícil é bem menor que a dor de empurrar o problema com a barriga.

Quando você se posiciona com clareza, você deixa de ser refém da expectativa do outro – e pode ajustar suas próprias expectativas mais rápido também.

Conversas difíceis não são o fim de uma relação. Muitas vezes, são o começo de uma relação mais honesta — inclusive com você mesma.

Parei de querer tudo organizado e sob controle

Durante muito tempo, eu tentei colocar a vida inteira dentro de uma planilha, de uma agenda. Eu achava que, se estivesse tudo sob controle, nada de ruim aconteceria. Eu confundia organização com segurança emocional. E controle com proteção.

Mas a verdade é: a vida não segue roteiro. Ela não obedece nossos cronogramas perfeitinhos.

Mesmo sendo alguém super planejada, que ama ter clareza e direção — hoje eu entendo que maturidade não é controlar tudo. É saber se adaptar quando tudo muda.

Porque vai mudar. E vai doer. E vai parecer injusto às vezes. Mas é aí que você cresce de verdade.

E foi nessa virada que eu comecei a aceitar que nem tudo precisa estar em ordem para eu me sentir em paz. Que dá pra continuar mesmo com dúvida, com bagunça, com plano B virando plano A.

Hoje, claro que eu ainda organizo a minha vida. Eu amo ter estrutura, ter sistemas, planejar o que eu posso. Mas eu parei de lutar contra o caos. Porque o caos também ensina. Às vezes, o que você chama de bagunça é só a vida tentando te mostrar um caminho melhor.

Não é sobre ter tudo sob controle. É sobre confiar que você sabe se reconstruir quando tudo sai dele.

E essa confiança — de que eu posso cair e levantar quantas vezes for preciso — mudou a forma como eu vivo, como eu sou. Hoje eu me movo com intenção, mas sem rigidez. Porque o que me sustenta não é o plano. É a consciência.

Parei de esperar pela mudança das outras pessoas

Por muito tempo, eu carregava esse tipo de pensamento: ‘quando fulano mudar… quando aquela pessoa entender… aí sim as coisas vão melhorar’.

Eu ficava esperando reconhecimento, empatia, iniciativa. Esperando que o outro fizesse o que eu achava que era o certo.

Aos poucos, fui entendendo: a minha paz não pode depender do ritmo de ninguém.

A psicologia chama isso de locus de controle interno — quando você entende que a sua vida é resultado das suas escolhas, e não das atitudes de quem está ao seu redor.

Essa virada é libertadora. E também dolorida. Porque exige aceitar que nem todo relacionamento vai evoluir junto com você. E que nem todo mundo vai te acompanhar quando você começa a crescer.

Hoje, se algo me incomoda, eu observo o que em mim ainda está permitindo aquilo. Em vez de esperar uma atitude que talvez nunca venha, eu ajo. Me posiciono. Me afasto, se for preciso.

Eu não cobro mudanças. Eu honro as minhas.

E a verdade é: quando você muda, tudo muda. A sua energia muda, suas escolhas mudam — e os ambientes que não te respeitam começam a se dissolver sozinhos.

Depois dos 30, eu entendi que ninguém é responsável pela minha evolução além de mim. E que quanto mais eu assumo isso, mais leve — e mais autêntica — a minha vida se torna.

Parei de esperar estar 100% pronta para começar

Durante muito tempo, eu adiei meus planos esperando sentir aquela confiança plena, aquela sensação de que agora sim, estou pronta.

Eu acreditava que quando eu tivesse mais experiência, mais tempo, mais validação — aí sim, eu ia começar.

Mas esse momento nunca chegava. Porque a verdade é: a sensação de estar 100% pronta é uma ilusão.

Ela é um reflexo do medo de falhar, de ser julgada, de não dar conta.

Uma das ideias da Brené Brown no livro “A Coragem de Ser Imperfeito” que mais me marcou é que o perfeccionismo, muitas vezes, é uma tentativa de se proteger da vergonha.

E é exatamente isso. Eu queria estar perfeita para não ser criticada. Mas no fundo, eu só estava me paralisando.

Hoje, eu ajo com o que eu tenho. Eu erro em público. Eu volto e refaço. Porque o mundo não precisa da minha versão ideal — precisa da minha versão autêntica, em movimento.

Depois dos 30, eu entendi que a clareza vem na ação, não na espera. Que a coragem não nasce da certeza, mas da escolha de seguir mesmo sem ela. E que só começa a viver de verdade quem para de esperar o cenário perfeito.

Parei de ignorar minha vida financeira

Eu sempre achava que era muito nova para pensar em guardar dinheiro para o meu futuro, para a minha velhice, para a minha segurança. Pensava: ‘Ah, deixa para depois, ainda tenho tempo’.

E enquanto isso, eu gastava sem muita consciência, sem planejar, achando que o futuro era algo distante.

Mas depois dos 30, a gente começa a entender que tempo é justamente o que temos de mais precioso — e que começar a cuidar do dinheiro cedo faz toda diferença.

Ignorar minha vida financeira não ia me deixar mais livre, pelo contrário: só aumentava a ansiedade e a sensação de falta de controle.

Estudos mostram que quem começa a poupar e organizar o dinheiro mais cedo, constrói uma base mais sólida para o futuro.

Foi quando resolvi encarar de frente e criar um jeito simples de controlar tudo, sem mistério e sem medo.

A minha planilha financeira nasceu desse desejo de ter clareza e tranquilidade — e tem sido minha aliada até hoje.

Se você, como eu, já pensou que ainda é cedo demais para se preocupar com dinheiro, saiba que nunca é cedo demais para começar.

Vou deixar aqui o link para a minha planilha, feita para ajudar quem quer organizar as finanças de forma prática e sem pressão.

PLANILHA FINANCEIRA

Eu estou usando uma planilha financeira para organizar os meus ganhos e gastos ao longo de todo o ano. Ela está disponível para você clicando aqui. Ela é bem intuitiva e fácil de usar e você não precisa de computador para acessar a planilha. Se preferir usar no celular, é só baixar o aplicativo Google Planilhas.

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Cuidar do meu dinheiro virou um ato de amor próprio — e essa mudança fez toda a diferença na minha vida.

Parei de deixar para depois o cuidado com a minha saúde mental

Por muito tempo, eu colocava o cuidado com a minha saúde mental lá no final da lista — sempre tinha algo mais urgente, mais importante para fazer.

Achava que era coisa de quem ‘não aguenta pressão’ ou que ‘todo mundo passa por isso’ e que eu só precisava ser mais forte, ou ‘ter uma louça para lavar’.

Mas depois dos 30, até antes disso, no meu caso, as cobranças da vida só aumentaram, e eu percebi que empurrar a saúde mental com a barriga não resolvia nada — só me deixava mais cansada, ansiosa e desconectada de mim mesma.

A ciência mostra que cuidar da saúde mental melhora a qualidade do sono, o foco e até a imunidade.

Comecei a criar hábitos simples, como reservar tempo para pausar, meditar, falar com pessoas de confiança e até buscar ajuda profissional quando sinto necessidade.

Isso não é luxo, é necessidade. E é um ato de respeito comigo mesma.

Se você sente que vive na correria e esquece de se cuidar, saiba que é possível encaixar esse cuidado na rotina — sem culpa, sem pressão.

Parar de deixar para depois o cuidado com a minha saúde mental mudou minha forma de viver. Me tornou mais resiliente, mais leve e mais conectada com o que realmente importa.

Parei de me culpar pelo passado (ou desejar que as coisas tivessem sido diferentes)

Por muito tempo, eu carreguei um peso enorme por coisas que fiz ou deixei de fazer no passado.

Vivia desejando que as situações tivessem sido diferentes, que eu tivesse feito escolhas melhores, que as coisas tivessem acontecido de outro jeito.

Ficava presa em pensamentos do tipo: “Se eu tivesse começado antes…”, “Se eu não tivesse tomado aquela decisão…”, “E se eu tivesse feito diferente?”. Era como se eu quisesse reescrever o roteiro da minha vida — como se isso fosse possível.

Mas o passado não muda. O que muda é a forma como a gente se relaciona com ele.

Comecei a entender que culpa não conserta o que passou — só te prende no que já não existe mais. E que ficar alimentando o arrependimento não gera transformação, só te drena.

Hoje, eu olho para o meu passado com mais compaixão. Consigo reconhecer que fiz o melhor que eu podia com a consciência que eu tinha na época. E que tudo — absolutamente tudo — serviu para me moldar na pessoa que sou agora.

Aprendi a acolher a minha história. A me perdoar. A soltar o “e se” e abraçar o “a partir de agora”.

Porque a única coisa que eu posso mudar é o próximo passo. E cada passo consciente é uma forma de honrar quem eu fui — e construir quem eu quero ser.

Se você também sente essa culpa ou desejo de mudar o passado, saiba que a cura está em se permitir soltar o que não pode ser mudado.

Viver o presente com consciência é a verdadeira liberdade.

Parei de justificar minha insatisfação ao invés de agir para mudar

Durante muito tempo, eu vivi me queixando das coisas que não estavam boas na minha vida — no trabalho, nas relações, até comigo mesma.

Mas sempre encontrava uma desculpa para não fazer nada de verdade: ‘Não dá pra mudar agora’, ‘Não é tão simples assim’, ‘Não sou capaz’, ‘Vai passar’…

Depois dos 30, eu percebi que essa postura só me deixava presa em ciclos que me faziam infeliz.

Justificar a insatisfação virou um conforto tóxico, um jeito fácil de evitar o desconforto que vem com a mudança.

Estudos mostram que agir, mesmo que devagar, é o que realmente traz satisfação e senso de controle sobre a própria vida.

Então, eu decidi começar pequeno: em vez de reclamar, busquei soluções; em vez de esperar que as coisas mudassem sozinhas, tomei decisões conscientes, por menores que fossem. Isso foi libertador.

Se você também está cansada de se sentir presa, saiba que o primeiro passo para mudar não precisa ser gigante — basta ser um passo.

Parei de justificar minha insatisfação e comecei a agir. E essa escolha mudou tudo.

Leia mais sobre desenvolvimento pessoal.

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Sobre o Autor

Inara Souza
Inara Souza

24 anos, interior de São Paulo. É formada em Engenharia Civil e pós-graduada em Arquitetura de Interiores. Criou o Casinha Arrumada para falar das coisas que mais ama e compartilhar histórias. É apaixonada por decoração, livros, músicas e séries de TV. Siga nas redes sociais: Instagram - Facebook - YouTube - Pinterest

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