Você já parou para pensar no quanto fala sobre a sua vida financeira? É do tipo que conta seus planos, suas dificuldades e até os seus sonhos para todo mundo, achando que assim vai encontrar soluções ou apoio?
Eu já fui essa pessoa. Contava tudo: quanto ganhava (principalmente porque trabalhar com a internet desperta curiosidade), as dificuldades financeiras, as batalhas para quitar as dívidas… E sabe o que aprendi com o tempo? Que falar demais só traz comparação, sobrecarga e, claro, vergonha. Percebi que, por mais que compartilhasse meus problemas ou intenções, nada mudava. Ninguém resolveria minhas questões financeiras por mim. E, pior: quanto mais eu falava, menos as coisas aconteciam.
A verdadeira mudança só aconteceu quando decidi parar de falar e comecei a agir. Foquei minha energia em fazer o que era necessário para transformar a minha vida financeira, em vez de apenas contar os meus planos. Quitei dívidas, organizei minhas finanças, comecei a guardar dinheiro e tracei um plano estratégico para aumentar minha renda – tudo em silêncio.
Hoje, vou te mostrar como o silêncio pode ser a chave para transformar sua vida financeira nos próximos 6 meses.
3 coisas sobre a sua vida financeira que você não deve contar para ninguém
Não conte quanto você ganha
Contar quanto você ganha é apenas um convite para comparações, ressentimentos e competitividade. Saber quanto você ganha ou quanto as outras pessoas ao seu redor ganham não muda a sua vida ou a delas em absolutamente nada. Ao invés de procurar saber quanto as outras pessoas ganham ou contar sobre o valor do seu salário, concentre-se em administrar bem o dinheiro que você ganha e criar estratégias para aumentar o seu salário.
Não conte que você tem dívidas
Dívidas carregam um grande peso emocional, e falar sobre elas pode abrir portas para julgamentos. Ao compartilhar que você está endividado, você pode acabar ouvindo conselhos não solicitados ou se sentindo inferior aos outros, o que só aumenta a pressão. Mais importante do que compartilhar suas dívidas, é buscar soluções e agir para quitá-las. Se você trabalha para pagar suas dívidas, você já está no caminho certo.
Não conte quanto dinheiro você tem guardado ou investido
Se você tem trabalhado para investir um parte do seu dinheiro e garantir o seu futuro e o da sua família, faça isso em silêncio, é sério. Eu sei que a gente se sente orgulhoso por ter se livrado das dívidas e estar conseguindo guardar dinheiro todos os meses para realizar os nossos sonhos, às vezes inclusive queremos incentivar outras pessoas que amamos a seguir o mesmo caminho, mas isso pode abrir espaço para inveja, comparações e até para que te peçam dinheiro emprestado. Então, bico fechado!

O poder do silêncio na vida financeira
A tendência de falar sobre o que pretendemos alcançar é natural. Queremos contar para os outros sobre nossas metas, compartilhar nossos sonhos e até pedir conselhos. No entanto, o silêncio é uma ferramenta poderosa para o sucesso.
Falar demais pode gerar um peso emocional desnecessário. Ao contar que está endividado, por exemplo, buscando apoio ou apenas um conselho, pode ser que você receba críticas e acabe se sentindo desmotivada, por exemplo. A mesma coisa vale para quando as coisas estão indo bem. Se você quer que elas continuem assim, fique de bico fechado e apenas continue o bom trabalho!
Quando você “fecha a boca” e se dedica a trabalhar em sua vida financeira, você cria um espaço ideal para que as coisas aconteçam, sem pressões externas, sem críticas ou julgamentos. Concentre-se em estudar, traçar estratégias para lidar melhor com o seu dinheiro, sair das dívidas, ganhar mais e investir – e menos em falar sobre essas coisas.
A disciplina de agir em vez de falar
Agir é o que realmente muda sua situação financeira. Falar sobre mudanças é fácil, mas colocar isso em prática exige disciplina. Ao invés de ficar contando sobre suas intenções, comece a implementar ações todos os dias, mesmo que pequenas. Com disciplina e consistência, em 6 meses, os resultados serão visíveis.
Você está cansado de ver sua vida financeira em um ciclo de bagunça e dívidas? Sente que sua conta nunca fecha e mal consegue ver a luz no fim do túnel? Não se preocupe, você não está sozinho. Eu preparei um plano prático para você colocar em ação e começar a transformar sua vida financeira nos próximos 6 meses. Este plano começa do absoluto zero, ideal para quem está no fundo do poço, mas também pode ser adaptado para qualquer etapa da sua jornada financeira. A única coisa que você precisa fazer é começar.
Dividi o plano em 3 partes para facilitar sua caminhada:
- Parte 1: Sou um fracasso
- Parte 2: Vejo a luz no fim do túnel
- Parte 3: Estou ficando boa nisso…
Pronto para começar? Vamos lá!

parte 1: Sou um fracasso
Talvez você esteja se sentindo exatamente assim neste momento: um fracasso. Sua vida financeira está uma bagunça, você tem dívidas e nem sabe como vai pagá-las. Além disso, não tem um real guardado e o seu salário sempre acaba antes do final do mês. Você acaba recorrendo ao cartão de crédito para terminar o mês, mesmo sem saber como vai pagar essa dívida depois. E a bola de neve só cresce…
Calma, no vídeo de hoje você vai receber um plano estratégico para colocar em prática e ver as coisas começarem a mudar, finalmente. Vamos às etapas!
Etapa 1: conhecendo a sua realidade financeira
Não dá para fazer absolutamente nada enquanto você não tiver uma visão realmente clara de como está a sua vida financeira. Você precisa colocar tudo no papel e ser bem sincera sobre a sua situação atual. Isso vai gerar desconforto e dor, mas este é o primeiro passo para a mudança.

Você pode pegar uma folha de papel e ir fazendo o seu orçamento conforme eu explico para você como fazer isso. Eu também vou deixar aqui o link da planilha financeira que eu uso para quem quiser adquirir a sua.
Vamos lá: o primeiro passo é anotar as suas entradas de dinheiro. Coloque na planilha o valor do seu salário e qualquer renda extra que você costuma fazer. Se estiver fazendo um orçamento familiar, coloque junto o valor do seu salário e o do seu marido ou qualquer outra pessoa que componha a renda da sua família. O importante é ter uma noção clara de quanto entra na conta de vocês todo os meses.
O segundo passo é anotar todos os seus gastos fixos na planilha. Gastos fixos são aqueles gastos que, em um primeiro momento, você não pode dispensar, diminuir, deixar de pagar ou cortar do orçamento, como o valor do seu aluguel ou financiamento imobiliário, água, luz, internet… Anote todos eles! Isso já vai te dar uma visão clara do montante total fixo que você precisa por mês para sobreviver.
Em seguida, vamos avaliar as dívidas. Abra a planilha de controle de dívidas e comece a listar todas elas. Não deixe de anotar a taxa de juros e o valor total da dívida. Anote também o valor das prestações para aquelas dívidas que possuem prestações mensais fixas ou que já foram negociadas.
Etapa 2: criando um orçamento inteligente
Agora que você já tem uma visão mais clara da sua realidade financeira, você precisa criar um plano de ação, ou seja, um orçamento inteligente.
A primeira coisa que você vai fazer é analisar na sua planilha quanto sobrou do seu salário depois de retirar o valor das suas despesas mensais fixas. Vamos traçar um plano para utilizar este valor para investir para o futuro, começar a quitar as dívidas e ainda fazer sobrar para curtir um pouco.
Eu gosto muito da estratégia 50/30/20. Idealmente, vamos pensar em 50% do salário para as despesas fixas, 30% para as despesas variáveis e 20% para dívidas e investimentos.
Estou supondo que você não tem dinheiro nenhum guardado e começar a montar uma reserva para imprevistos é fundamental, mesmo tendo dívidas para pagar, porque se outra emergência surgir e você estiver desamparada, vai acabar fazendo dívidas novas, e não queremos isso! Você poderia então destinar 10% para as dívidas e 10% para os investimentos.

Usando um total de entradas de R$5.258,00, vejamos o exemplo:
1. Definindo as Despesas Fixas (50%)
Esses são os gastos essenciais, que normalmente não podem ser reduzidos no curto prazo. Vamos alocar 50% do salário para isso.
50% do R$5.258,00 = R$2.629,00
Aqui você vai incluir:
- Aluguel/Financiamento: R$1.200,00
- Contas de Água, Luz, Internet, Gás: R$450,00
- Transporte (combustível ou transporte público): R$300,00
- Plano de Saúde ou Seguro: R$200,00
- Outros gastos fixos: R$479,00

Total de Despesas Fixas = R$2.629,00
2. Definindo as Despesas Variáveis (30%)
Essas são as despesas mais flexíveis, como alimentação, lazer, roupas, etc. O ideal é controlar e reduzir onde for possível para dar mais margem para quitar dívidas e poupar.
30% do R$5.258,00 = R$1.577,40
Aqui podemos incluir:
- Alimentação (mercado): R$800,00
- Lazer (cinema, passeios, etc.): R$200,00
- Roupas, presentes, imprevistos: R$200,00
- Assinaturas de streaming e outros serviços: R$100,00
- Outros gastos pessoais: R$277,40

Total de Despesas Variáveis = R$1.577,40
3. Destinando para Dívidas e Investimentos (20%)
Aqui, vamos dividir os 20% do seu salário entre dívidas e investimentos, como recomendado.
20% do R$5.258,00 = R$1.051,60
Para quem ainda está com dívidas, é fundamental começar a pagar um pouco delas enquanto se prepara para investir no futuro. Você poderia distribuir assim:
- Dívidas (10% do salário): R$525,80
- Investimentos / Reserva de Emergência (10% do salário): R$525,80
Total para Dívidas e Investimentos = R$1.051,60
Quando tiver se livrado das dívidas, você pode começar a investir 20% do seu salário todos os meses!
Ajustes caso não sobre dinheiro
Caso você perceba que o orçamento não está fechando ou não sobrou dinheiro para investimentos e dívidas, você tem duas opções:
- Reduzir as Despesas Variáveis: Tente cortar um pouco do lazer, das compras e de outros itens menos essenciais. Isso pode ser temporário até que você consiga melhorar sua situação financeira.
- Reduzir as Despesas Fixas: Verifique a possibilidade de negociar o aluguel, reduzir o valor gasto com plano de saúde, ou mesmo mudar para um transporte mais barato.
Exemplo de Ajuste
Se, por exemplo, você tem dificuldades para pagar as despesas variáveis, você pode tentar ajustar da seguinte forma:
- Alimentação: R$600,00 (economizando um pouco mais no mercado)
- Lazer: R$100,00 (redução de R$100,00)
Essa redução pode fazer sobrar mais para as dívidas e também para começar a poupar.
Outras opções seriam trocar o financiamento do carro por um carro popular mais barato ou até comprar um biz, que vai te ajudar a gastar menos com combustível, por exemplo. Limitar o valor das compras no mercado ou com lazer. Isso tudo para fazer sobrar mais dinheiro para quitar as dívidas ou investir.

parte 2: Vejo a luz no fim do túnel
Agora você já consegue enxergar a luz. Você já começou a traçar o seu plano de ação. Você já organizou o seu orçamento para fazer sobrar dinheiro, vai começar a investir uma quantia (mesmo que pequena) para a sua segurança e vai começar a atacar as suas dívidas.
Etapa 3: construindo a sua reserva de emergência
Todos os meses, antes de pagar as contas, você vai separar a quantia que definiu para começar a montar sua reserva de emergência. Assim que o salário cair na conta, a primeira coisa que fará será investir esse valor em um CDB de liquidez diária com resgate imediato.
Esse dinheiro servirá para emergências, e somente para isso! Um conserto em casa, uma consulta no médico, um remédio, alguma coisa importante que quebrou e precisa ser substituída… É dessa reserva que você vai retirar o dinheiro para essas coisas, evitando assim precisar apelar para o cartão de crédito ou para um empréstimo, por exemplo.
Etapa 4: elaborando o seu plano de quitação de dívidas
Com o valor que você destinou para as dívidas, você começará a atacar uma por uma. Há 2 métodos principais que você pode usar para quitar as dívidas: o Método Bola de Neve e o Método Avalanche.

No primeiro método, o “bola de neve”, você deve se concentrar em pagar a dívida de menor valor primeiro. O objetivo é eliminar essa dívida o mais rápido possível. Uma vez que você quita a menor dívida, pegue o valor que estava pagando nessa dívida e redirecione-o para a próxima dívida na lista (a segunda menor). Agora você está acumulando um “montante extra” para atacar essa próxima dívida. Continue esse processo até que todas as dívidas sejam pagas. Cada vez que você elimina uma dívida, você vai ter mais dinheiro disponível para aplicar na próxima, criando um efeito “bola de neve”.
A principal vantagem deste método é que, vendo o progresso inicial, com a eliminação das menores dívidas, você cria um senso de realização e motivação para continuar. Além disso, é um método muito fácil de entender e seguir.
Já o método da “avalanche” é uma abordagem eficiente para pagar dívidas que se concentra na redução do custo total de juros. Diferente da estratégia da bola de neve, que prioriza a eliminação das menores dívidas primeiro, o método da avalanche se concentra em pagar as dívidas com as maiores taxas de juros.
Veja um exemplo prático:
Imagine que você tem as seguintes dívidas:
- Cartão de Crédito A: R$ 3.000,00 a 18% de juros
- Empréstimo Pessoal: R$ 5.000,00 a 12% de juros
- Cartão de Crédito B: R$ 2.000,00 a 8% de juros
No método da avalanche, você começaria pagando a dívida do Cartão de Crédito A (a maior taxa de juros). Após quitar essa dívida, você usaria o valor que estava pagando nela para focar no Empréstimo Pessoal e, por fim, pagaria a dívida do Cartão de Crédito B.
O método da “avalanche” é uma abordagem estratégica e orientada para a economia. Embora possa levar mais tempo para ver o progresso inicial, a redução total dos juros pagos pode resultar em uma economia significativa e um caminho mais rápido para a liberdade financeira.

parte 3: Estou ficando boa nisso…
Conforme o tempo for passando, você vai começar a se livrar das dívidas e ter tranquilidade financeira com algum montante de dinheiro guardado para emergências.
Quando as dívidas acabarem, você pode destinar o valor utilizado para quitá-las e começar a investir para os seus sonhos e futuro, para comprar um carro, uma casa ou simplesmente para a sua aposentadoria.
etapa 5: aprendendo a investir
É hora de começar a estudar sobre investimentos e aprender a investir seu dinheiro da melhor maneira possível de acordo com os seus objetivos. Há diversos canais no Youtube onde você consegue aprender de graça como construir uma carteira de investimentos diversificada, com investimentos em renda fixa, ações e FIIs, por exemplo!
etapa 6: apenas continue o bom trabalho
Agora você já sabe o que fazer e só precisa continuar o bom trabalho.
O impacto de 6 meses de silêncio e ação
Agora que você está focado, agindo e mantendo sua vida financeira em sigilo, imagine onde você pode estar em 6 meses. Ao invés de falar, você estará fazendo. Seu saldo bancário estará mais saudável, suas dívidas poderão estar reduzidas ou quitadas, e você pode até ter começado a investir e ver seu dinheiro crescer.
É importante entender que, em finanças, o segredo do sucesso está na consistência. Não importa se o seu começo é pequeno ou se você tem pouco dinheiro para investir agora. O que importa é começar e manter o foco!
Leia mais sobre finanças e investimentos.
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