Filme: O Quarto de Jack

Estou com medo de não conseguir traduzir em palavras o quanto o filme O Quarto de Jack (no orginal, Room) me marcou. É sempre muito difícil falar de filmes com uma carga dramática tão grande. Começo a resenha assim, com o coração apertado. O filme esteve entre as indicações ao Oscar 2016, inclusive na categoria de melhor filme, e foi premiado na categoria de melhor atriz (Brie Larson levou o prêmio mais do que merecido). Não quero revelar detalhes demais do filme, mas quero muito que você entenda o quanto ele merece ser visto. O Quarto de Jack é uma adaptação do best-seller Quarto, que a própria autora, Emma Donoghue, roteirizou para o cinema.

Jack é um garotinho de 5 anos que mora com a mãe, a quem ele chama de “Ma”, em um quarto. O Quarto é o único lugar do mundo que ele conhece. Para ele, o Quarto é o mundo. Sua rotina é ver televisão, fazer suas tarefas e dormir no guarda-roupa sempre que o velho Nick vai visitar a sua mãe. A curiosidade natural do menino cresce com o tempo e, em algumas das cenas mais emocionantes do longa, a mãe de Jack precisa revelar a ele o que realmente existe lá fora. Que, ao contrário do que ele pensa, as coisas, paisagens, animais e pessoas que ele vê na televisão todos os dias são reais. E, principalmente, que o velho Nick não é apenas o homem misterioso que traz comida e presentes, mas aquele que os mantêm em cativeiro.

Aos 17 anos, Joy foi raptada por um homem ao voltar da escola. Sequestrada há sete anos, Joy jamais perdeu a esperança de um dia retornar para a sua família. Com a ajuda de Jack, ela elabora um plano ousado para que ambos consigam escapar.

Filme: O Quarto de Jack

O filme é dividido em duas partes. A primeira parte demonstra os esforços de Ma para que seu filho, Jack, viva bem e feliz, apesar do horror que os rodeia. Ela sacrifica a si mesma diariamente para certificar-se de que Jack viverá uma infância boa, apesar de tudo. Seu amor por ele move a maior parte do filme. Falando em Jack, a atuação de Jacob Tremblay é surpreendente e de uma veracidade que comove. Algumas das cenas mais emocionantes e dolorosamente inconcebíveis são protagonizadas por ele, como no momento em que ele precisa vencer cada um de seus medos para ajudar Ma.

Filme: O Quarto de Jack

A segunda parte do filme fala de liberdade, mas principalmente de tudo o que muda para Joy e Jack quando as paredes do Quarto não mais os aprisionam. Para Joy, é o momento em que ela enfim pode parar de ser forte, e essa mudança será demais para ela. A interpretação de Brie Larson cala fundo o coração do telespectador e retrata muito fielmente o sentimento de estar livre, mas ainda se sentir preso. Para Jack, é um mundo totalmente novo, feito de toques, cheiros e sensações as quais ele não está acostumado. Ambos precisarão reencontrar o seu lugar no mundo e reaprender a viver.

Filme: O Quarto de Jack

Eu queria escrever mais, descrever cada uma das cenas que estão aqui, girando e girando, dentro da minha cabeça. Eu queria escrever até que não houvesse dúvida a você do quanto esse filme merece ser visto. Mas não quero que você perca cada uma das sensações que esse filme é capaz de transmitir ao telespectador. Mais do que um filme sobre prisão e liberdade, O Quarto de Jack é um longa que fala sobre o poder do amor, da família, e sobre como somos mais fortes quando podemos contar com pessoas que nos amam e a quem amamos igualmente.

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Sobre o Autor

Inara Souza
Inara Souza

24 anos, interior de São Paulo. É formada em Engenharia Civil e pós-graduada em Arquitetura de Interiores. Criou o Casinha Arrumada para falar das coisas que mais ama e compartilhar histórias. É apaixonada por decoração, livros, músicas e séries de TV. Siga nas redes sociais: Instagram - Facebook - YouTube - Pinterest

8 Comentários

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    • Oi, Flávia! Fico muito feliz em saber que consegui transmitir esse sentimento para você! O filme é mesmo maravilhoso! Tenho certeza que você vai se emocionar! Beijos! 🙂

  1. Oi, li esse livro e tudo o que eu posso dizer é que eu nunca aprendi tanto com um menino de 5 anos. Vi o filme e também gostei muito, mas o livro tem tanto mais, que acho que dava um filme de 3 horas ou mais. Ainda ouço ou Jack, em sua sabedoria de pouca idade, “monstros são grandes demais pra existir”. Um abraço.

    • Oi, Kleber! Depois que vi o filme fiquei louca para ler o livro também! Li várias resenhas positivas, dizendo que o livro é bem melhor que o filme! Vou procurar ler, sim! Beijos!

  2. Eu não vi o filme, mas li o livro anos atrás. Realmente é emocionante, e até hoje me lembro do quanto essa história é comovente!
    Preciso assistir esse longa!

    Beijos